Invento amores. Sou boa nisso. É só a vida doer um pouquinho que pra mim é muito. Então, meus olhos reviram nas órbitas e eu escolho gostar de você. Mas poderia ser outro, qualquer um. Escolho e acredito. Gosto por decreto, amo por procuração. Sim, porque eu estou lá, mas não estou. Enquanto você me der prazer, me fizer sorrir e esquecer, eu fico. Mas isso nunca dura muito. Alguns meses, um ano. Acredito nas mentiras que invento. Mas, mesmo assim, não funciona. Aí, a vida começa a doer de novo. Esse buraco sem fundo dentro de mim. Meus olhos giram nas órbitas, alucinados. Sempre insatisfeitos e vorazes. Não é você, quem será? Invento amores porque não sei amar.