Depois de 1760 dias, o abandono. Desculpe, mas sou assim. Já fiz isso várias e várias vezes. O coração suspenso, arrancado do corpo, na mesa do jantar. As vezes estou só, as vezes não. Nunca por muito tempo. Sou esse fantasma, faminto por tudo que não possuo. Quando tenho, não valorizo, dispenso, não quero mais. Gosto do que é novo. Até o novo ficar velho. E ele sempre fica. É só uma questão de tempo. Se quiser me ter, não permita que eu o tenha. Se quiser minha atenção, me ignore. É assim que eu funciono. Os olhares perdidos, enquanto afio as palavras, na minha fala mansa. A confiança quebrada, os corações partidos. Tudo bem, nenhum deles é o meu.
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