quinta-feira, 2 de outubro de 2008

microcrises - direito de não querer


Imagem de Roberta Molteni

Morri na praia, mas não meu sorriso. Ela veio com palavras de consolo. E quem precisa disso? Ela talvez, eu não. Estava bem como um lagarto ao sol. Aí, sim, ficou puta de verdade e começou a meter a boca onde não era chamada, querendo tirar meu direito de não querer. Se ao invés de sugar, ela assoprasse, eu me encheria como um balão, sairia flutuando pela janela e, com sorte, um vento norte me devolveria o rumo. Mas não foi o que aconteceu. Agora, o demônio não queria só meu corpo. Levaria também minha alma leve, murcha e flácida.

2 comentários:

Nih disse...

Nossa! Vc não tem idéia de como tenho me identificado, me encontrado nos seus textos... Quase que assustador!

Adorei. Beijos beijos!

Anônimo disse...

Vc deve estar à flor da pele, asim como eu quando escrevo as microcrises. Seja bem-vinda ao clube...rs. Beijos e obrigado por deixar compartilhar contigo meus sentimentos e emoções.

Sérgio